💰 Bancões em 2025: Bradesco tenta ser herói, BB tropeça no agro e Itaú segue fazendo o dever de casa

Resumo

O presente artigo discute, de forma leve e bem-humorada, as expectativas da XP Investimentos para o desempenho dos principais bancos brasileiros — Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil — no terceiro trimestre de 2025. A análise aborda a recuperação gradual do Bradesco, a consistência do Itaú, a estabilidade do Santander e as dificuldades enfrentadas pelo Banco do Brasil no segmento corporativo e agropecuário. A partir de uma leitura crítica e descontraída, o texto propõe reflexões sobre o comportamento dos grandes bancos frente às oscilações do mercado e ao cenário econômico nacional.

Palavras-chave: bancos; resultados trimestrais; mercado financeiro; XP Investimentos; economia brasileira.

1. Introdução

O terceiro trimestre de 2025 promete mais emoção do que final de novela das nove. Os grandes bancos brasileiros estão prestes a abrir seus cofres (e planilhas) para o público, e a XP Investimentos já divulgou suas projeções, revelando quem deve brilhar e quem precisa de reforço na gestão.

Os protagonistas dessa história são os tradicionais Bradesco, Itaú, Santander e Banco do Brasil, instituições que, há décadas, se revezam entre recordes de lucro, ajustes contábeis e crises de imagem. E, como em toda trama financeira brasileira, há espaço para drama, esperança e um toque de ironia.

2. Bradesco: o herói improvável da temporada

Após um período de resultados frustrantes, o Bradesco tenta recuperar a confiança dos investidores e retomar seu protagonismo no sistema bancário nacional.

Segundo estimativas da XP, o banco deve registrar lucro líquido de R$ 6,2 bilhões no trimestre, resultado que sinaliza uma recuperação gradual após os desafios de 2024. A instituição reforça seu foco nas pequenas e médias empresas (PMEs) e no setor de seguros, que tem contribuído para amortecer parte da volatilidade da carteira de crédito.

Entretanto, persistem desafios relacionados à inadimplência e à desaceleração do crédito. Mesmo assim, o Bradesco parece determinado a provar que não foi sorte — foi estratégia (e um pouco de ajuste contábil).

3. Itaú: o aluno aplicado que nunca decepciona

O Itaú Unibanco mantém sua reputação de banco estável e eficiente.
A XP projeta um trimestre de neutralidade positiva, ou seja, resultados consistentes sem grandes surpresas.

Com bom desempenho nas carteiras de crédito corporativo e para pequenas empresas, além de destaque nas receitas com tarifas e seguros, o Itaú demonstra disciplina na execução e prudência na gestão de riscos.
Se os bancos fossem alunos, o Itaú seria aquele que sempre tira nota 8,5, entrega os trabalhos antes do prazo e ainda empresta o carregador do notebook na aula.

4. Santander: o discreto que prefere não arriscar

O Santander Brasil segue sua trajetória de estabilidade e prudência.
As estimativas indicam leve alta na margem financeira líquida (NII), em torno de 3,8% no trimestre, segundo a XP.

Apesar da melhora, as tarifas e comissões continuam sob pressão, e o banco ainda enfrenta níveis elevados de provisão para perdas de crédito.
O Santander parece estar confortável no meio-termo: não brilha, mas também não decepciona — o típico “nem ótimo, nem ruim”, mas sempre pontual no fechamento do balanço.

5. Banco do Brasil: o ponto fraco da novela

Entre os grandes, o Banco do Brasil recebeu o título menos desejado: o “ponto fraco do trimestre”.
A XP aponta uma queda de 6% no lucro líquido em relação ao trimestre anterior, refletindo pressões na carteira corporativa e no agronegócio.

Com o vencimento de parte relevante dos créditos rurais, o banco estatal enfrenta maior risco de inadimplência, principalmente diante da oscilação nos preços das commodities agrícolas.
Ainda assim, o Banco do Brasil segue como uma instituição sólida, embora momentaneamente ofuscada pelo brilho dos concorrentes privados.

6. Considerações Finais

O relatório da XP Investimentos revela que o setor bancário brasileiro continua resiliente, mas enfrenta desafios específicos em 2025.
Enquanto o Bradesco ensaia um retorno triunfal, o Itaú mantém a regularidade, o Santander segue discreto e o Banco do Brasil busca se equilibrar entre o público e o mercado.

A narrativa dos “bancões” mostra que, no Brasil, até o setor financeiro precisa de drama para render manchetes.
E o investidor, entre planilhas e relatórios, assiste a tudo como um espectador de série: esperando o próximo plot twist que pode surgir — quem sabe — em uma ata do Copom.

Referências

INFOMONEY. Bradesco positivo e BB de novo ponto fraco: o que a XP espera para os bancões no 3T25. São Paulo: InfoMoney, 2025. Disponível em: https://www.infomoney.com.br/mercados/bradesco-positivo-e-bb-de-novo-ponto-fraco-o-que-a-xp-espera-para-os-bancoes-no-3t25/. Acesso em: 16 out. 2025.

XP INVESTIMENTOS. Relatório de expectativas para resultados do 3º trimestre de 2025. São Paulo: XP Inc., 2025.