Por que o Estreito de Ormuz é o ponto crítico que pode disparar o preço do petróleo

ECONOMIA

6/23/20253 min ler

O mundo está atento às crescentes tensões no Oriente Médio, especialmente após o novo confronto entre os Estados Unidos e o Irã. Em meio à instabilidade, um local estratégico ganha destaque nos noticiários econômicos e de segurança: o Estreito de Ormuz.

Esta estreita faixa de mar tem o poder de influenciar fortemente o mercado energético global — e, consequentemente, o preço do petróleo no mundo todo.

Neste artigo, você vai entender por que o Estreito de Ormuz é considerado um ponto crítico para o comércio de petróleo e como um possível bloqueio pode gerar impactos drásticos na economia global e no seu bolso.

O que é o Estreito de Ormuz?

O Estreito de Ormuz é uma faixa de mar com aproximadamente 39 km de largura, localizado entre o Irã e Omã. Ele conecta o Golfo Pérsico ao Mar da Arábia e é uma das rotas marítimas mais importantes do mundo.

Estima-se que entre 20% e 25% de todo o petróleo consumido globalmente passe por esse estreito todos os dias. São mais de 20 milhões de barris transportados diariamente por petroleiros que abastecem Ásia, Europa e América.

Histórico de tensões e ameaças

O Estreito de Ormuz não é estranho a crises. Durante a Guerra Irã-Iraque (1980–1988), a região foi marcada por diversos ataques a navios-tanque. Em 1988, os EUA chegaram a lançar a “Operação Praying Mantis” após ataques iranianos a navios americanos.

Nos últimos anos, grupos como os Houthis — apoiados pelo Irã — têm ameaçado a segurança da passagem, com registros de ataques e tentativas de bloqueio. Cada novo episódio gera receio nos mercados e dispara os preços do petróleo.

Como o bloqueio do estreito afeta o preço do petróleo

A dinâmica é simples: quando há risco de bloqueio, a oferta de petróleo global fica ameaçada. E como se trata de um dos principais corredores logísticos da commodity, qualquer incerteza afeta o preço nos mercados internacionais.

Mesmo sem um bloqueio efetivo, a simples possibilidade de interrupção já é suficiente para causar alta nos contratos futuros.

Exemplo recente: após ataques dos EUA ao Irã, o barril do Brent subiu 0,84% em um único dia, alcançando US$ 77,70. Esse movimento reflete a percepção de risco que o mercado incorpora aos preços.

Impactos para o Brasil

Apesar de ser produtor de petróleo, o Brasil ainda depende de importações de derivados e segue uma política de preços alinhada ao mercado internacional (a chamada Paridade de Preço de Importação – PPI).

Ou seja, quando o preço do petróleo sobe lá fora, ele também sobe por aqui.

Efeitos mais comuns:

  • Aumento no preço da gasolina, diesel e gás de cozinha

  • Inflação nos transportes, alimentos e cadeia logística

  • Pressão política por controle de preços ou subsídios

Além disso, crises como essa costumam gerar instabilidade no câmbio e nos juros, impactando toda a economia.

O que acontece se o estreito for bloqueado?

Se o Estreito de Ormuz for efetivamente bloqueado — mesmo que por poucos dias — os impactos podem ser severos:

  • Alta explosiva no preço do barril (estimativas sugerem US$ 100+)

  • Escassez temporária em mercados dependentes da rota

  • Ações militares para garantir a navegação

  • Volatilidade nas bolsas de valores

  • Pressão sobre países emergentes e dependentes de energia

Como se proteger: dicas para consumidores e investidores

Em momentos como esse, estar informado é a melhor defesa. Veja algumas atitudes que podem minimizar os impactos no seu dia a dia:

Para consumidores:

  • Abasteça antes de reajustes previsíveis

  • Reduza gastos com combustíveis quando possível

  • Fique atento à inflação e busque economizar em itens de consumo

Para investidores:

  • Avalie ativos ligados ao setor de energia, como ações da Petrobras ou ETFs internacionais

  • Diversifique sua carteira com ativos que protegem contra volatilidade

  • Monitore o noticiário internacional e os relatórios de risco geopolítico

Conclusão

O Estreito de Ormuz é muito mais do que uma faixa de mar: ele é o coração logístico de uma das commodities mais importantes do planeta. Cada vez que as tensões aumentam na região, os reflexos se espalham por todo o mundo — e chegam até o seu bolso, na forma de combustível mais caro e inflação.

Manter-se informado e preparado é fundamental para enfrentar esse tipo de instabilidade global.

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